O CONARH é o maior e mais importante evento de Recursos Humanos da América Latina, reunindo líderes, especialistas e profissionais para debater as tendências e desafios que moldam o futuro do trabalho. Na edição de 2024, a Galena marcou presença e agora compartilha com você os principais insights e aprendizados do evento.
Neste post, você encontrará um resumo dos temas mais relevantes discutidos, como saúde mental, transformação digital, novos modelos de gestão e muito mais, que estão moldando o RH do futuro e ajudando as empresas a se adaptarem às mudanças do mundo corporativo.
Saúde mental e cultura: um olhar crítico sobre o bem-estar no trabalho
No CONARH 2024, a saúde mental e emocional no ambiente de trabalho foi abordada como um tema central para o sucesso das empresas. Especialistas como Simone Nascimento (Top Voice Linkedin, palestrante e consultora de saúde mental), Elisama Santos (escritora e psicanalista) e Daniela Bortman (head de medicina ocupacional e saúde na Bayer) destacaram a importância de adotar uma abordagem proativa e responsável em relação ao bem-estar psicológico dos colaboradores.
Simone Nascimento fez um alerta impactante: “Que ninguém adoeça por um salário”, disse, chamando atenção para como as condições de trabalho podem ser gatilhos para transtornos mentais. A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que esses transtornos causam uma perda de produtividade global de 1 trilhão de dólares por ano e, no Brasil, impactam cerca de 4,7% do PIB.
Outro dado alarmante é o baixo índice de engajamento emocional dos brasileiros no trabalho. Segundo o Gallup, em uma pesquisa feita com funcionários ao redor do mundo todo, apenas 23% dos trabalhadores se sentem conectados com suas atividades diárias, refletindo um cenário de desconexão onde o trabalho se torna fonte de estresse.
Elisama Santos destacou a importância da prevenção, apontando que as empresas devem criar um ambiente que valorize a comunicação aberta e o respeito aos limites dos colaboradores. Ela enfatizou que, ao invés de corrigir problemas após o surgimento, as empresas devem adotar medidas preventivas que promovam o bem-estar antes que a situação se torne insustentável.
Muitos colaboradores têm receio de buscar ajuda, temendo serem vistos como frágeis. Isso contribui para um ambiente tóxico, onde o silêncio perpetua o desgaste emocional.
A mensagem final do evento foi clara: as empresas precisam integrar a saúde mental à sua cultura organizacional, tratando-a como uma prioridade para garantir o bem-estar dos colaboradores e, consequentemente, o sucesso da organização.
Inovações: IA, novos modelos de remuneração e ESG
O debate sobre inovações tecnológicas e novas práticas de gestão de pessoas ganhou destaque no evento. No painel “Inteligência Artificial: impactos na gestão de pessoas”, a discussão girou em torno do potencial da IA como uma ferramenta para aumentar a produtividade, desde que utilizada de forma ética. Jill Goldstein, sócia-gerente para transformação de RH e talentos da IBM, destacou a IA como um “amigo digital”, que aprimora o trabalho humano, sem o substituir. Com o uso de redes neurais artificiais, a tecnologia transformou a análise de grandes volumes de dados e mudou a dinâmica das empresas.
A escassez de profissionais capacitados em IA se tornou um desafio crescente. Empresas como a IBM estão investindo na capacitação de seus times, desmistificando a tecnologia e tornando-a uma oportunidade. Alexandre Del Rey, fundador da I2AI (International Association of Artificial Intelligence), alertou para o “Efeito baunilha”, onde o uso superficial da IA não substitui o julgamento humano em decisões críticas. Ele comparou essa dependência excessiva ao “piloto automático”, que só controla tarefas repetitivas, mas não situações que exigem inteligência emocional.
Joyce Prestes, líder global de operações de conteúdo da Meta, complementou a discussão ao destacar que, além das habilidades técnicas, as competências interpessoais e de liderança são essenciais para alinhar processos humanos às demandas digitais. Isso é crucial para manter a competitividade das empresas.
Outro tema importante foi a evolução dos modelos de remuneração, com maior personalização dos benefícios, permitindo que os colaboradores adaptem os pacotes às suas necessidades. Claudio Costa também ressaltou o impacto da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) sobre a forma como as empresas tratam a remuneração, com ênfase na transparência.
O evento também explorou a importância das práticas de ESG (Environmental, Social, and Governance), que se tornaram pilares estratégicos nas empresas. Joanita Maestri Karoleski e Catharina Ferreira destacaram que a integração de ESG fortalece a sustentabilidade e posiciona as empresas para os desafios futuros. Já Marcela Argollo reforçou que o RH tem um papel de destaque na implementação dessas práticas, que ajudam a criar uma cultura organizacional sustentável e um diferencial competitivo.
Pessoas em foco
A comunicação interna foi apontada como uma ferramenta crucial para o alinhamento da equipe com os objetivos da empresa. Dilma Campos, por exemplo, destacou a importância dos líderes se concentrarem em liderar pessoas, mais do que em gerenciar processos. Os líderes devem ser facilitadores de mudanças e desenvolvedores de habilidades, promovendo um ambiente de aprendizado contínuo.
Outro tema central foi o conceito de sustentabilidade humana, que coloca o bem-estar dos colaboradores no centro da estratégia empresarial. As organizações precisam ajustar a experiência do colaborador às suas necessidades individuais, criando ambientes inclusivos e colaborativos. A confiança mútua, mais do que nunca, é vista como um pilar fundamental para o sucesso e a produtividade no local de trabalho.
O playground digital surgiu como uma ferramenta poderosa para fomentar o aprendizado contínuo e a criação de microculturas dentro das empresas. Com a crescente necessidade de upskilling (aperfeiçoamento das habilidades atuais) e reskilling (requalificação para novas funções), as organizações devem preparar seus colaboradores para os desafios futuros, e o RH tem um papel estratégico nesse processo, conectando as necessidades empresariais às expectativas individuais.
Com o trabalho remoto em ascensão, as empresas precisam adaptar suas abordagens para oferecer experiências mais personalizadas aos seus colaboradores. Isso implica um equilíbrio entre interações síncronas e assíncronas, criando um ambiente de trabalho flexível e colaborativo. Ferramentas como o eNPS (Employee Net Promoter Score) se tornam essenciais para medir o engajamento e oferecer insights valiosos, permitindo às empresas aprimorar continuamente a experiência de seus colaboradores.
Construindo organizações mais humanas e preparadas para o futuro
O CONARH 2024 trouxe à tona discussões fundamentais sobre o futuro do trabalho, com ênfase na saúde mental, transformação digital e a necessidade de uma gestão mais humana e inclusiva. As empresas que investem na saúde mental dos colaboradores, na personalização das experiências e no desenvolvimento contínuo estarão mais preparadas para os desafios do futuro.
A Galena, com seu compromisso em promover o bem-estar e o desenvolvimento dos profissionais, segue acompanhando essas mudanças e continuará compartilhando insights valiosos que ajudam a moldar organizações mais sustentáveis e humanas. Afinal, o futuro do trabalho já começou, e ele depende de decisões que colocam as pessoas no centro!